segunda-feira, 7 de outubro de 2013

A História Se Repete

Vinte centavos ou vinte réis? A história se repete.
Por Ligia Lotério
Com 120 anos de diferença, protestos populares pedem a diminuição nas tarifas de transporte público.
Mais de cinco mil pessoas se uniram em frente do campo São Cristóvão, lideradas pelo jornalista Lopes Trovão, na cidade do Rio de Janeiro, para protestar contra o imposto de 20 réis sobre todos os passageiros que usam o transporte público na cidade.


Após a fracassada tentativa de conciliação por meio do Estado, dois pelotões do Exército invadiram o Largo São Cristovão. Estes foram aplaudidos por parte dos cidadãos ao mesmo tempo em que eram atacados pelos vandalos, provocando a fúria por parte do tenente-coronel Antônio Enéias Gustavo. 


As estatísticas de mortos e feridos são imprecisas, mas acredita-se que a ordem de fogo resultou em mais 10 mortos e 15 feridos.


Um grupo de pessoas se une para lutar contra o aumento da passagem do bonde, ou seria do ônibus? O Exército ataca violentamente os manifestantes, ou seria a polícia? Vinte centavos ou vinte réis?
Coincidências a parte, estas informações foram veiculadas no dia primeiro de janeiro de 1880, época que marcou o Brasil pela série de protestos conhecidos como a Revolta do Vintém, os quais pediam ao imperador D. Pedro II que revogasse a taxa de 20 réis, um vintém, sobre o transporte urbano, na época bondes puxados a burro.
Um paralelo pode ser traçado com os fatos deste ano, quando o Movimento Passe Livre, principal responsável por organizar as manifestações por meio das redes sociais, reuniu mais de 12 mil pessoas para protestar contra o aumento de vinte centavos na passagem do transporte coletivo, inciando assim, uma onda de protestos e reflexões sobre os problemas do país.
A frase "O gigante acordou!" foi o lema dos protestos deste ano, os quais, certamente, serão estudados nas aulas de história das próximas gerações, assim como a revolta ocorrida em 1880. Analisando ciclicidade da história, teoria desenvolvida por Maquiavel, pode-se refletir sobre os diversos acontecimentos "reprisados" e suas consequências atuais e futuras. Nisto, apenas há uma pergunta que não foi respondida:
Afinal, quantas vezes este gigante já dormiu?


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