Por Guilherme Guerra Galon
Explorar o desconhecido é
sempre associado à incerteza, expectativa, e principalmente medo. É assim que
se pode analisar o caso do Primeiro Emprego, onde jovens que normalmente só
receberam a base teórica passam a conhecer uma nova rotina e um novo ambiente
de vida, passam a ver como é que as engrenagens profissionais são operadas.
Segundo dados oficiais do
IBGE de 2010, aproximadamente 60% de trabalho juvenil ainda são necessário para
complementar muitas rendas familiares apertadas. A mão de obra de jovens então
se torna necessária para auxiliar nas despesas domésticas com empregos com
características distantes de seus ideais. Desta forma o “primeiro emprego”
muitas vezes não necessita de formação específica e não é relacionado com a
formação universitária do jovem.
O IBGE estima que até o final
de 2012 a população jovem do Brasil, entre 18 e 24 anos, reduza para pouco mais
de 21 milhões. Os dados atualizados também mostram uma redução do jovem no mercado
do trabalho. Entre os principais fatores para a diminuição desta faixa etária
no emprego formal, é continuidade nos estudos após o ensino médio, que
impossibilita a rotina diária do trabalho. Porem, na mesma pesquisa,
aproximadamente 17% dos jovens, apenas, se dizem satisfeitos com o salario
recebido, que em média é de 1 a 2 salários mínimos.
Para debater o assunto, foram
entrevistados os professores José Turiani, de Mercadologia, e Alexandre
Fillietaz, de Comunicação Comparada e Corporativa, ambos das Faculdades
integradas Rio Branco, confira as analises:
1 - Oportunidade e Interesse
José Luiz Turiani |
Turiani: “Um jovem recém-formado costuma encontrar diversas propostas de trabalho, no entanto o que tenho percebido com estes jovens é que o salário esta um pouco abaixo do esperado. As empresas, mesmo com a captação máxima em termo de pessoas e alta produção, não estão remunerando corretamente, devidamente os jovens recém- formados, este é o principal problema observado.”
Fillietaz: “A gente tem que pensar no seguinte aspecto, existe muita oportunidade e tem pessoas que conseguem aproveitar as melhores oportunidades, e isso esta ligado mais a uma postura pessoal do que propriamente ao mercado, é claro que todos não conseguirão encontrar a vaga dos seus sonhos, é uma realidade e até uma lei natural. A pessoa tende ir delimitando o que ela quer fazer e fazer uma aproximação das empresas que ela quer trabalhar, o que muitas vezes não é feito. Entrou na vaga, esta aprendendo,esta adquirindo conhecimento, ótimo, por que a partir do momento que estiver preparada e com conhecimento, ela poderá candidatar-se a vaga dos seus sonhos. ”
2 - Jovens se dizem despreparados: teoria ou prática?
Turiani: “Sempre aconteceu, por que a faculdade teve uma função de formação generalista, para que a pessoa consiga ter uma base teórica para depois atuar no emprego. O estágio é totalmente importante para que o aluno já comece a ter o primeiro contato e usar aquilo que esta aprendendo, é perfeitamente normal dizer que o jovem tem medo e ansiedade por que ele vai enfrentar uma coisa nova, novos hábitos. A empresa também tende estar preparada para mostrar ao jovem esta nova cultura, inclusive buscar nele conhecimentos teóricos para que ele produza para essa empresa. A faculdade é um dos períodos de formação do individuo.”
Fillietaz: “O ambiente acadêmico prepara o aluno com conteúdo, e algumas atividades praticas, mas com foco acadêmico. O primeiro emprego é realmente difícil, porque a pessoa esta saindo de um ambiente em que ela esta acostumada, e entrando em um novo ambiente que é organizacional, com outras regras, então é natural que o aluno se sinta despreparado. O primeiro emprego vai se uma nova experiência, e é a partir dele que se vai entendendo como funciona e dando mais valor ao conhecimento que ele pode adquirir nos cursos.”
3 - Principais condições influentes na
escolha
Turiani: “As melhores empresas buscam as pessoas que tenham formação adequada ao cargo assim como o perfil, que envolve o caráter, ética, moral. Alguns jovens empregados que não tem tanta “bagagem” teórica, mais tem aquilo que chamamos de caráter, com dedicação, garra, que batalha, veste a camisa da empresa, tem grandes chances de se destacar dentro hierarquia da empresa.”
Fillietaz: “Tem empresa que não sabe receber bem estagiário por que não fez programa de estágio. Tem outras que fazem um programa de estagiários, que fazem recepção, dão orientação do que é um ambiente profissional, desenvolvem e aproveitam as pessoas que se adaptarem a empresa. Sempre procure o um coordenador de estágios, porque no ambiente acadêmico ele é que tem esta função, e os alunos podem procurar os professores também.”
4 - Tecnologia é uma realidade na escolha do jovem?
Turiani: “O jovem empregado, o recém-formado tende saber navegar entre todas as novas tecnologias, saber usá-las, não precisando ser expert, mais as principais que estão na moda, ele deve conhecer, não tem volta, e ponto.”
Alexandre Fillietaz |